A questão de evitar TV - entre outras telas, como tablets e smartphones - para bebês e crianças tem se tornado cada vez mais relevante em nossa sociedade hiperconectada.
Como mãe, pai ou cuidador, você provavelmente já se perguntou sobre os efeitos da exposição precoce às telas na vida do seu filho. Esta matéria apresentará as razões científicas e práticas pelas quais especialistas recomendam limitar ou evitar TV para bebês e crianças, continue a leitura!
O impacto neurológico: Como a TV afeta o cérebro em desenvolvimento?
Quando falamos em evitar TV para bebês e crianças, é fundamental entender o que acontece no cérebro infantil durante a exposição às telas.
Nesse sentido, a Dra. Liubiana Arantes de Araújo, neuropediatra e presidente do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que o cérebro de uma criança passa por um intenso desenvolvimento nos primeiros anos de vida. Durante esse período crítico, as experiências do bebê moldam literalmente a estrutura cerebral.
Estudos de neuroimagem revelam que a exposição excessiva à TV pode levar a:
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Desenvolvimento reduzido da substância branca: A substância branca é responsável pela transmissão de informações entre diferentes regiões do cérebro. Pesquisas brasileiras, como as conduzidas pela equipe do Dr. João Ricardo Sato, da Universidade Federal do ABC, sugerem que o uso excessivo de telas pode estar associado a alterações na estrutura da substância branca em regiões cerebrais importantes para o desenvolvimento cognitivo.
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Alterações na conectividade cerebral: O Dr. Erasmo Barbante Casella, neurologista infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ressalta que a exposição precoce à TV pode interferir na formação adequada das conexões cerebrais, especialmente nas áreas relacionadas à linguagem e atenção.
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Redução da plasticidade cerebral: A Dra. Sandra Scivoletto, professora de psiquiatria da infância e adolescência da Faculdade de Medicina da USP, alerta que a estimulação passiva da TV pode não promover a formação de conexões neurais tão eficazmente quanto interações do mundo real.
Estes achados reforçam a importância de evitar TV para bebês e crianças, especialmente nos primeiros anos de vida, quando o cérebro está se desenvolvendo mais rapidamente.

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Atrasos no desenvolvimento da linguagem: O preço do silêncio eletrônico
Um dos argumentos mais fortes para evitar TV para bebês e crianças está relacionado ao desenvolvimento da linguagem. A Dra. Débora M. Befi-Lopes, fonoaudióloga e professora titular do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, enfatiza que a aquisição da linguagem depende crucialmente de interações sociais reais.
Em seus estudos, a Dra. Befi-Lopes observou que:
- Crianças expostas a mais de 2 horas diárias de TV antes dos 2 anos têm maior probabilidade de apresentar atrasos na aquisição de vocabulário
- A interação face a face é insubstituível para o desenvolvimento adequado da linguagem, pois fornece pistas sociais e emocionais que não podem ser captadas através de uma tela
O Dr. Hugo Cogo-Moreira, pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), corrobora esses achados, destacando que o "bate-papo" entre pais e bebês é fundamental para o desenvolvimento linguístico e não pode ser substituído pela TV.
Problemas de atenção e comportamento: O legado de longo prazo da exposição precoce à TV
A decisão de evitar TV para bebês e crianças também pode ter implicações significativas para o desenvolvimento da atenção e do comportamento. O Dr. Guilherme Polanczyk, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Programa de TDAH do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, alerta para a relação entre exposição precoce às telas e problemas de atenção.
Em suas pesquisas, o Dr. Polanczyk observou que:
- Crianças expostas a mais de 2 horas de TV por dia na primeira infância têm maior risco de apresentar sintomas de desatenção e hiperatividade em idade escolar
- A exposição excessiva à TV pode interferir no desenvolvimento de habilidades de autorregulação, fundamentais para o controle da atenção e do comportamento
A Dra. Maria Conceição do Rosário, professora do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, complementa que a TV precoce pode prejudicar o desenvolvimento da atenção sustentada, habilidade crucial para o sucesso acadêmico e social.
Obesidade infantil: A conexão com o tempo de tela
Surpreendentemente, a decisão de evitar TV para bebês e crianças também pode ter um impacto significativo na saúde física. O Dr. Daniel Becker, pediatra e pesquisador do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, destaca a relação entre tempo de tela e obesidade infantil.
Em suas pesquisas, o Dr. Becker encontrou que:
- Crianças que assistem TV por mais de 3 horas por dia têm maior propensão ao sobrepeso e obesidade
- O tempo gasto em frente às telas está associado a hábitos alimentares menos saudáveis e maior consumo de alimentos ultraprocessados
A Dra. Semíramis Martins Álvares Domene, nutricionista e professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), explica que esta conexão pode ser devido a vários fatores:
- Sedentarismo: O tempo gasto assistindo TV é tempo não gasto em atividades físicas
- Exposição a publicidade de alimentos não saudáveis
- Alimentação distraída: Comer enquanto assiste TV pode levar ao consumo excessivo de calorias

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Alternativas enriquecedoras: Preenchendo o vazio deixado pela TV
Ao optar por evitar TV para bebês e crianças, você pode se perguntar como preencher esse tempo. Felizmente, existem inúmeras atividades que promovem o desenvolvimento saudável e fortalecem o vínculo entre você e seu filho:
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Leitura compartilhada: O Dr. João Augusto Figueiró, coordenador do Programa Einstein de Leitura, ressalta que a leitura diária para crianças desde o nascimento está associada a melhores habilidades de linguagem e prontidão escolar.
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Brincadeiras não estruturadas: A Dra. Maria Angela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP, enfatiza que o brincar livre é crucial para o desenvolvimento da criatividade, resolução de problemas e autorregulação emocional.
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Atividades ao ar livre: O Dr. Danilo Blank, professor de pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca que o tempo na natureza melhora a atenção, reduz o estresse e promove o desenvolvimento motor.
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Música e movimento: A Dra. Maristela Smith, musicoterapeuta e professora da Faculdade de Medicina do ABC, aponta que a exposição precoce à música melhora o processamento auditivo e as habilidades de linguagem.
Conclusão
Ao longo deste texto, vimos que evitar a TV para bebês e crianças é uma escolha que pode trazer benefícios significativos para o desenvolvimento delas. O cérebro infantil, em constante transformação nos primeiros anos de vida, depende de estímulos ativos e interações reais para se desenvolver plenamente. Expor a criança a telas de forma precoce pode impactar negativamente aspectos essenciais, como a linguagem, a atenção e até a saúde física.
Ao optar por alternativas enriquecedoras, como a leitura, brincadeiras livres e tempo ao ar livre, você não apenas protege seu filho dos riscos associados à TV, mas também cria oportunidades valiosas de aprendizado e conexão. Essas experiências oferecem estímulos adequados, promovem o desenvolvimento saudável e fortalecem o vínculo familiar.
Em resumo, ao evitar a TV para bebês e crianças, você está contribuindo para que elas cresçam em um ambiente mais saudável, onde o potencial delas pode florescer plenamente, de forma natural e equilibrada.
Além de evitar a TV, que tal incentivar mais tempo ao ar livre para os pequenos? Brincar no sol, correr, explorar a natureza são atividades que ajudam muito no desenvolvimento saudável e ainda garantem momentos de diversão. E, claro, para isso, os Óculos Flexíveis SunKids são uma ótima opção!
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