Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 20% das crianças brasileiras têm algum problemas de visão. Portanto, é fundamental compreender as principais causas desses problemas oculares, a fim de buscar a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. A seguir, conheça os maiores causadores desses problemas de visão.
Genética
A genética desempenha um papel crucial na determinação da saúde visual de uma criança, uma vez que certas condições oculares podem ser transmitidas geneticamente dos pais para os filhos, aumentando sua probabilidade de desenvolver problemas de visão. Essas condições podem ocorrer como resultado de mutações nos genes responsáveis pelo desenvolvimento e funcionamento dos olhos.
A miopia, ou visão curta, é um exemplo comum de um problema de visão que pode ter uma base genética. Se um ou ambos os pais são míopes, há uma chance maior de que seu filho também desenvolva miopia. Estudos mostraram que a genética desempenha um papel significativo no desenvolvimento da miopia, especialmente quando ambos os pais são míopes. No entanto, também pode haver influências ambientais, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos.
Outra condição ocular que pode ser influenciada pela genética é o estrabismo. O estrabismo ocorre quando os olhos não estão alinhados corretamente e não apontam na mesma direção. Acredita-se que fatores genéticos desempenhem um papel na ocorrência do estrabismo, embora a falta de um padrão de herança claro indique que outros fatores, como o ambiente e o desenvolvimento neuromuscular, também desempenhem um papel importante.
Além disso, doenças oculares hereditárias, como retinoblastoma e distrofia de cones, também podem ser transmitidas geneticamente. O retinoblastoma é um tipo de câncer ocular que geralmente afeta crianças pequenas. É causado por mutações nos genes responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos olhos. Da mesma forma, a distrofia de cones é uma condição genética que afeta a capacidade dos cones na retina de funcionarem corretamente, resultando em uma visão reduzida.
De modo que a identificação precoce dessas condições genéticas pode ajudar a orientar o tratamento e a prevenção de complicações futuras, pois, os exames de saúde visual regulares, especialmente em crianças com histórico familiar de problemas oculares, são fundamentais para detectar precocemente qualquer anormalidade e permitir uma intervenção adequada.
Exposição excessiva a telas
Nos dias de hoje, é extremamente comum ver crianças passando horas em frente a telas, seja assistindo a vídeos no celular, jogando videogames ou usando tablets e computadores.
Porém, essa exposição excessiva a telas tem se tornado uma das principais causas de problemas de visão em crianças.
Uma dessas consequências é a chamada "síndrome do olho seco", que ocorre quando as crianças estão focadas em uma tela e tendem a piscar com menor frequência, o que leva à evaporação mais rápida da lágrima e ao ressecamento dos olhos. Isso pode causar sintomas como irritação, vermelhidão, sensação de areia nos olhos e visão borrada.
Assim como também, a exposição constante a telas pode levar a um aumento no risco de miopia. Estudos recentes mostram que crianças que passam mais tempo em frente a telas têm maior chance de desenvolver miopia do que aquelas que passam menos tempo.
Dessa mesma maneira, outro problema decorrente da exposição excessiva a telas é a fadiga ocular.
Pois, é muito importante sabermos que os olhos das crianças não estão completamente desenvolvidos, e o esforço repetitivo de focar em objetos próximos por longos períodos de tempo pode sobrecarregar os músculos oculares, o que pode causar cansaço ocular, dor de cabeça, visão embaçada e dificuldade de concentração.
Vale ressaltar que a exposição a telas não se limita apenas aos dispositivos eletrônicos, mas também inclui a televisão, portanto, assistir televisão por longos períodos de tempo de perto também pode afetar a saúde ocular das crianças.
Para reduzir os riscos associados à exposição a telas, é essencial estabelecer limites de tempo para o uso desses dispositivos. Recomendamos que as crianças tenham intervalos regulares para descansar os olhos, além de praticar atividades ao ar livre e exercícios para os olhos, como o foco em objetos distantes.
Também é importante ajustar adequadamente o brilho da tela e manter uma distância adequada entre os olhos e o dispositivo, além de usarem óculos que protegem especialmente da luminosidade das telas.
Falta de cuidado com a saúde ocular
A falta de cuidado com a saúde ocular é uma das principais causas de problemas de visão em crianças, já que, infelizmente, muitas vezes, os pais negligenciam a importância de cuidar dos olhos dos seus filhos, o que pode levar a condições oculares graves e até mesmo permanentes.
Sobretudo, uma das principais razões para essa falta de cuidado é a falta de informação. Muitos pais não sabem como manter a saúde ocular de seus filhos e não entendem a importância de fazer exames regulares, mesmo que a criança não apresente sintomas.
Acreditam erroneamente que problemas de visão só ocorrem em adultos e, portanto, não consideram necessário realizar consultas com um oftalmologista pediatra.
No entanto, é fundamental que as crianças tenham seus olhos examinados regularmente, especialmente durante os primeiros anos de vida. Durante esse período, muitos problemas de visão podem ser identificados e corrigidos precocemente, evitando complicações futuras.
Além disso, problemas não tratados podem afetar o desenvolvimento visual da criança, dificultando seu desempenho na escola e em outras atividades diárias.
Outra causa comum de falta de cuidado com a saúde ocular em crianças é a falta de proteção adequada. É essencial proteger os olhos dos pequenos contra lesões e danos.
Mas, muitas vezes as crianças não usam óculos de proteção ao praticar esportes ou atividades de risco, o que aumenta o risco de lesões oculares graves. Além disso, a exposição prolongada aos raios ultravioleta (UV) sem o uso de óculos de sol adequados também pode causar danos aos olhos.
Lesões ou trauma
As lesões ou traumas são outra causa importante de problemas de visão em crianças. Acidentes, quedas, colisões ou até mesmo agressões físicas podem resultar em lesões oculares graves. Os olhos são órgãos sensíveis e delicados, e qualquer impacto brusco ou lesão pode causar danos permanentes.
Existem diferentes tipos de lesões oculares que podem afetar a visão das crianças. Uma lesão comum é a contusão ocular, que ocorre quando o olho é atingido com força. Isso pode levar a hemorragias, inchaço e até mesmo fraturas ósseas ao redor do olho.
Outra lesão ocular comum é o corpo estranho no olho. Isso pode acontecer quando um objeto estranho, como poeira, areia, fragmento de vidro ou metal, entra no olho da criança, causando irritação, dor intensa e arranhões na córnea, afetando a visão da criança.
Além disso, lesões na parte frontal do olho podem resultar em úlceras de córnea, que são feridas abertas na camada ocular externa podendo ser infectadas e causar inflamação, dor e visão borrada.
Em casos mais graves, as lesões oculares podem levar ao descolamento da retina. A retina é responsável por captar a luz e transmitir informações visuais ao cérebro. Uma lesão que cause o descolamento da retina pode resultar em perda permanente da visão.
De qualquer modo, é importante ressaltar que qualquer lesão ocular deve ser avaliada por um profissional de saúde ocular, como um oftalmologista. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para preservar a visão das crianças e prevenir complicações futuras.
Em resumo, a saúde ocular das crianças é de extrema importância, e compreender as principais causas dos problemas de visão é crucial para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Assim, para garantir a saúde ocular das crianças, é importante que os pais estejam cientes dessas causas e tomem medidas preventivas, como exames regulares, limites no uso de dispositivos eletrônicos e a proteção adequada dos olhos em atividades de risco. A detecção precoce e o tratamento adequado de problemas de visão são fundamentais para o desenvolvimento saudável e o bem-estar das crianças.
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