A comunicação é essencial na vida do ser humano, e a fala é um dos principais meios por meio do qual nos expressamos e interagimos com o mundo ao nosso redor, portanto, estimular a fala é vital para esse processo, pois:
- Influencia a capacidade de aprendizado, facilitando a absorção de novos conhecimentos e o desenvolvimento cognitivo.
- Ajuda na integração social e emocional, permitindo que a criança se expresse, compartilhe ideias, sentimentos e construa relações saudáveis.
- Está ligado ao sucesso acadêmico futuro, à medida que a competência linguística é base para a leitura e outras habilidades educacionais.
Portanto, encorajar o desenvolvimento da fala é uma responsabilidade compartilhada entre pais, educadores e profissionais da saúde.
A atenção dirigida a essa área pode prevenir dificuldades de linguagem e comunicação, que quando não tratadas, podem se estender pela vida adulta, afetando a autoestima e as oportunidades no âmbito profissional e pessoal.
É esse entendimento que fundamenta a necessidade de se discutir e implementar estratégias eficazes que incentivem as crianças a desenvolver sua fala e habilidades comunicativas de maneira plena e enriquecedora. Veja a seguir, como você pode estimular a fala do seu pequeno!
Compreendendo os marcos do desenvolvimento da linguagem infantil
Para apoiar de forma eficaz o desenvolvimento da fala nas crianças, é importante compreender os marcos típicos em diferentes fases. Estes marcos servem como guias que ajudam pais e cuidadores a reconhecer o progresso normal e a identificar possíveis atrasos.
- Entre 0 e 3 meses: As crianças começam a explorar a linguagem através do choro e começam a reconhecer vozes, especialmente as dos pais, assim como fazem ruídos como resposta.
- Dos 4 aos 6 meses: Começam a balbuciar e a produzir sons que combinam consoantes e vogais como "ga", "ba", ou "ma". A variedade de sons continua a expandir-se.
- Dos 7 aos 12 meses: Os bebês começam a entender comandos básicos e podem usar gestos, como apontar, para se comunicar. Eles também tentam imitar sons e podem dizer uma ou duas palavras, como "mamã" ou "papá".
- De 1 a 2 anos: Nesta fase, o vocabulário cresce rapidamente e as crianças começam a combinar palavras em frases curtas. A compreensão também aumenta, podendo elas seguir instruções simples.
- Dos 2 aos 3 anos: Já conseguem formar frases mais complexas e o uso da linguagem torna-se mais funcional. A gramática começa a desenvolver-se, embora possam ocorrer erros, o que é uma parte natural do aprendizado.
Contudo, vale salientar que que cada criança possui seu próprio ritmo e pode atingir esses marcos em tempos diferentes.
Assim, observar e apoiar de perto o desenvolvimento para estimular a fala de modo individual é fundamental para um estímulo eficaz e adaptado às necessidades de cada criança.
Dica 1 para estimular a fala: Converse bastante com a criança
A interação verbal é um dos pilares fundamentais para estimular a fala das crianças. Desse modo, dialogar frequentemente com elas estimula o seu interesse pela comunicação e aprimora suas habilidades linguísticas.
Abaixo, seguem algumas estratégias para tornar a conversa com a criança mais eficaz:
- Nomeie objetos e ações: Durante as atividades diárias, aponte e nomeie objetos e ações. Isso ajuda a criança a associar palavras com seus significados e usos no mundo real.
- Responda aos balbucios e sons: Mesmo antes de a criança começar a formar palavras compreensíveis, é importante responder aos seus sons e balbucios, simulando uma conversa real. Isso encoraja a continuidade da tentativa de comunicação.
- Amplie as falas da criança: Quando a criança disser algo, expanda suas palavras adicionando detalhes para enriquecer a interação. Se a criança diz "bolha", você pode responder "Sim, é uma bolha grande e azul!".
- Faça perguntas abertas: Perguntas que não possuem como resposta um simples "sim" ou "não" estimulam a criança a formular frases e estruturar melhor seus pensamentos.
- Leia em voz alta: A leitura de histórias não só familiariza a criança com uma variedade de palavras e frases, mas também cria uma oportunidade de diálogo sobre a trama, personagens e cenários.
- Cante e recite: Canções infantis e rimas ajudam a criança a perceber padrões de ritmo e som na língua, além de serem divertidas e cativantes. Encoraje-a a cantar junto e a acompanhar os gestos relacionados à canção.
Dessa maneira, a prática constante de conversar com a criança, respeitando seu tempo de aprendizagem e proporcionando um ambiente acolhedor e interativo, é essencial para seu desenvolvimento linguístico saudável.
Dica 2: Nomeie tudo ao seu redor
Estimular a fala nas crianças pode se tornar uma atividade cotidiana simples, integrando estratégias lúdicas e interativas.
Uma dessas estratégias é o ato de nomear objetos, ações e pessoas que estão ao redor da criança.
Este método auxilia não apenas no aprendizado de novas palavras, mas também na associação entre objetos e seus respectivos nomes, fortalecendo a compreensão e a memória.
Ao implementar esta técnica para estimular a fala, é importante considerar os seguintes passos:
- Comece com objetos de uso diário: Identifique e nomeie itens que a criança vê e usa todos os dias, como 'cadeira', 'prato', 'cama'. Isso ajuda a construir um vocabulário básico que será de utilidade constante.
- Inclua variedade: Varie os objetos e situações apresentados para expandir o conhecimento e manter a criança estimulada a aprender mais.
- Faça conexões: Ao nomear um objeto, faça conexões lógicas, como ao apontar para uma 'maçã', explicar que é uma 'fruta' e pode ser 'vermelha' ou 'verde'. Essas associações aumentam o entendimento e incentivam a formação de frases.
- Use adjetivos e verbos: Além de substantivos, introduza adjetivos e verbos para enriquecer o diálogo, como 'o gato está dormindo' ou 'a bola é grande'.
- Seja consistente: Repita os nomes várias vezes durante diferentes dias e contextos para reforçar a aprendizagem.
- Interaja e questione: Pergunte à criança o nome dos objetos e incentive-a a responder, mesmo que a princípio com gestos ou olhares. Isso promove a interação e o pensamento ativo.
Ao utilizar a técnica de nomear tudo ao redor, é possível criar um ambiente rico em linguagem que facilita a naturalidade com que as crianças aprendem a comunicar-se. É um método não intrusivo que pode ser facilmente incorporado nas atividades diárias, transformando momentos simples em oportunidades de estimular a fala.
Dica 3: Fale sempre olhando nos olhos da criança
Manter contato visual enquanto se fala com uma criança é um método poderoso para fortalecer a comunicação e estimular a fala infantil.
Pois, toda vez que um adulto se coloca ao nível dos olhos da criança e mantém um olhar direcionado, cria-se uma conexão mais profunda que pode aumentar a confiança e a atenção da criança no processo comunicativo.
Isso ocorre porque o contato visual confirma para a criança que ela é ouvida e que sua resposta é aguardada, incentivando-a a participar ativamente da conversa. Assim:
- Estabelece uma conexão: O olho no olho facilita uma ligação emocional, fazendo com que a criança se sinta mais segura e disposta a se expressar.
- Modela o comportamento social: Ao olhar nos olhos de quem fala, a criança aprende uma importante habilidade social que será útil em todas as suas interações futuras.
- Aumenta a concentração: A distração é comum em crianças, mas o contato visual ajuda a manter o foco delas na comunicação, o que é crucial para a compreensão e produção da linguagem.
- Reforça a comunicação não-verbal: Muita comunicação é realizada por meio de expressões faciais e olhares. Participando desse intercâmbio, a criança pode aprender nuances de comunicação além das palavras.
Além disso, é importante lembrar que o contato visual deve ser natural e não forçado. Algumas crianças, as que apresentam alguma neuro atipicidade, podem se sentir desconfortáveis com contato visual intenso.
Portanto, deve-se respeitar o ritmo e o conforto da criança, buscando um meio-termo que não a sobrecarregue mas ainda promova a conexão e atenção mútuas na comunicação.
Desse modo, ao manter o contato visual durante a interação, pais e educadores estarão não apenas incentivando a habilidade linguística, mas também fomentando um relacionamento de respeito e atenção mútua que beneficia todos os aspectos do desenvolvimento da criança.
Dica 4 para estimular a fala: Utilize músicas e canções
A música é um instrumento poderoso na aquisição da linguagem. Ao integrar músicas e canções na rotina da criança, você pode estimular não apenas o prazer pelo ritmo e melodia, mas também encorajar o desenvolvimento da fala.
Seguem algumas estratégias práticas para fazer uso deste recurso:
- Repetição: Escolha canções com repetições de frases ou palavras chave para ampliar o reconhecimento de padrões linguísticos e a memorização.
- Gestos e Movimentos: Combine a música com gestos ou ações, que ajudam a criança a compreender e lembrar o significado das palavras.
- Variedade: Ofereça uma ampla gama de estilos musicais e linguísticos para enriquecer o vocabulário da criança e expô-la a diferentes estruturas de frase.
- Participação ativa: Encoraje a criança a cantar junto, aumentando sua confiança ao usar novas palavras e expressões.
- Criação de músicas: Incentive a criança a criar suas próprias canções, o que pode fortalecer a apropriação do idioma e a criatividade linguística.
Usar músicas temáticas pode ser útil para ensinar vocabulários específicos, como cores, números ou dias da semana.
Assim como também, prestar atenção em letras de músicas bem elaboradas ajuda as crianças a desenvolver habilidades narrativas, pois muitas canções contam histórias ou descrevem cenários.
Por fim, esteja atento ao conteúdo das letras para garantir que sejam apropriadas para a idade e entendimento da criança.
Pois, a música, quando bem utilizada, pode transformar o aprendizado da fala em uma experiência divertida e rica, acelerando o desenvolvimento linguístico.
Dica 5 para estimular a fala: Brinquem bastante
O brincar é uma prática crucial para estimular a fala das crianças. É por meio das atividades lúdicas, elas têm a oportunidade de expressar-se, imitar sons, palavras e frases, além de aprender novos conceitos de maneira divertida e natural.
Nesse sentindo, durante o brincar, procure:
- Encoraje o uso da linguagem durante o brinquedo: Enquanto a criança brinca, converse sobre o que ela está fazendo. Descreva ações, objetos e crie histórias que estimulem a criança a usar palavras e frases para se expressar.
- Selecione brinquedos que promovam a interação: Brinquedos que fomentam a interação, como marionetes, bonecos e casinhas, são ótimos para encorajar a comunicação. Através de brincadeiras de faz de conta, a criança aprende a dialogar e a praticar a conversação em diferentes contextos.
- Leia livros infantis interativos: Livros com abas para levantar, texturas para sentir ou sons para ouvir podem tornar a leitura mais interessante e envolvente, incentivando a criança a querer falar sobre o que vê e ouve.
- Estimule a imitação de sons e palavras: Durante o brinquedo, faça sons de animais, de veículos ou quaisquer outros sons divertidos e estimule a criança a imitá-los. Isso ajuda na percepção auditiva e na produção de sons específicos da fala.
A chave aqui está estimular a fala de modo agradável e envolvente.
Nesse contexto, o encorajamento é essencial para que a criança se sinta confortável para experimentar com a linguagem e se desenvolver nesse aspecto fundamental!
Dica 6 para estimular a falar: Evite falar palavras erradas
Na tentativa de estimular a fala da criança, sirva como modelo de linguagem. Isso significa evitar o uso de fala infantilizada ou incorreta, respeitando a integridade e a correção linguística.
Assim, ao expor a criança a um vocabulário amplo e correto, ela pode, progressivamente, assimilar e reproduzir as palavras de maneira adequada. Desse modo:
- Corrija com delicadeza: Se a criança cometer erros, é importante corrigi-la de maneira positiva, sem desencorajar suas tentativas. Isso pode ser feito repetindo a palavra ou a frase corretamente e incentivando-a a tentar mais uma vez.
- Expandindo vocabulário: Utilize palavras novas e variadas em contextos apropriados. Isso não só melhora o vocabulário da criança como também ensina a aplicabilidade das palavras.
- Evite diminutivos excessivos: Embora possam ser carinhosos, o uso excessivo de diminutivos pode atrasar a compreensão de que as palavras têm uma forma padrão.
- Pronúncia clara: Articule as palavras corretamente e com clareza, servindo como modelo de boa pronúncia.
- Gramática: Fale com a criança usando a estrutura gramatical correta, mesmo que simplificada, para facilitar o entendimento das regras do idioma.
- Seja paciente: Considere que as crianças estão em processo de aprendizado e lembre-se de que a perfeição não é alcançada imediatamente e que cada criança possui seu ritmo de desenvolvimento.
Quando buscar ajuda profissional: Identificando sinais de alerta
No decorrer do desenvolvimento da fala das crianças, é importante estar atento a certos sinais de alerta que podem indicar a necessidade de procurar auxílio profissional. Os sinais mais comuns são:
- Ausência de gestos comunicativos: Por volta dos 12 meses, a criança deve começar a usar gestos, como acenar e apontar. Essa falta gestos pode ser motivo de preocupação.
- Poucos sons vocais: Espera-se que crianças com 18 meses produzam uma variedade de sons e tentem imitar a fala; um repertório limitado de sons pode ser um sinal de alerta.
- Dificuldades de compreensão: Aos 2 anos, a criança deveria compreender instruções simples. Se isso não ocorre, é aconselhável buscar avaliação.
- Poucas palavras: Com 2 anos, as crianças normalmente têm um vocabulário de cerca de 50 palavras e começam a combinar duas palavras para formar frases simples. Menos do que isso pode ser um indicativo de atraso na fala.
- Dificuldades em se fazer entender: Aos 3 anos, espera-se que a criança seja compreendida por familiares próximos e até mesmo por estranhos. Ininteligibilidade persistente pode requerer atenção.
- Frustração ao comunicar: Se a criança apresenta frequentemente frustração ou irritação ao tentar se comunicar, pode ser sinal de que ela está tendo dificuldades com a fala e precisa de ajuda.
- Padrões atípicos de fala: Trocas, omissões ou distorções de sons que persistem além da idade esperada para o desenvolvimento articulatório normal podem indicar um distúrbio de fala.
Profissionais da saúde especializados, como fonoaudiólogos, são capacitados para avaliar e tratar dificuldades de comunicação e estimular a fala com métodos e processo mais avançandos.
Portanto, não hesite em consultar um especialista se esses sinais de alerta forem observados em crianças de qualquer idade. A intervenção fonoaudiológica pode ser decisiva para o desenvolvimento saudável da fala e da linguagem!
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2 comentários
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