Cyberbullying: Como proteger nossos filhos? - SunKids

Cyberbullying: Como proteger nossos filhos?

Que a Internet tornou-se parte integrante de nossas vidas, proporcionando-nos inúmeras oportunidades e conveniências nós sabemos. No entanto, com esses benefícios vêm os riscos em potencial, e um dos perigos mais comuns que enfrentamos é o cyberbullying. Como pais, é nossa responsabilidade proteger nossos filhos dessa ameaça crescente que se esconde atrás de telas e teclados. 

O cyberbullying (intimidação sistemática praticada pela internet) abrange uma série de comportamentos prejudiciais, inclusive assédio on-line, disseminação de boatos e até ameaças de violência e suas consequências podem ser devastadoras, levando a traumas emocionais de longo prazo, diminuição da autoestima e até mesmo ao suicídio. 

Com a prevalência cada vez maior de plataformas de mídia social e comunicação on-line, tornou-se fundamental que os pais instruam a si mesmos e a seus filhos sobre os riscos e tomem medidas proativas para garantir a segurança deles. Neste artigo, vamos falar sobre os perigos do cyberbullying, compartilharemos dicas práticas sobre como proteger nossos filhos on-line e enfatizaremos a importância de promover linhas abertas de comunicação com nossos filhos.

Introdução ao cyberbullying

O cyberbullying é uma forma de bullying que ocorre no ambiente digital, através de dispositivos eletrônicos e da internet. 

Diferente do bullying tradicional, o cyberbullying pode ocorrer a qualquer hora e em qualquer lugar, já que as vítimas estão constantemente conectadas. Isso significa que os agressores têm um alcance maior e podem permanecer anônimos, dificultando a identificação e a punição. 

O cyberbullying pode assumir várias formas, como enviar mensagens ameaçadoras, espalhar boatos, compartilhar informações privadas e até criar perfis falsos para difamar alguém.

E, sobretudo, não se trata apenas uma brincadeira inofensiva, mas um ato malicioso que pode ter consequências graves para as vítimas. 

O Cyberbullying no Brasil em dados

Uma pesquisa feita do Instituto Ipsos, em 2018, apontou que o Brasil é o segundo país com mais casos de cyberbullying do mundo, ficando atrás apenas da Índia.

O levantamento aponta outros dados sobre a situação do nosso país:*

29% dos responsáveis exibiram que os filhos já foram vítimas de violência online; 50% dos pais afirmam que as agressões virtuais vieram de colegas de classe;  65% dos casos tiveram as redes sociais como plataforma de ofensas.

Em outra pesquisa divulgada pelo UNICEF em 2019 apontou que um em cada três jovens em 30 países disse ter sido vítima de cyberbullying.

No Brasil, 37% dos respondentes disseram ter sofrido cyberbullying nas redes sociais. Os tipos de violências são bem variados, e agridem diretamente as crianças e adolescentes, no qual dentre eles são:

Ameaças e perseguições: no qual os agressores atuam em várias redes socias (Instagram e WhatsApp) para o envio de mensagens ameaçadoras e de ódio; 

Roubo de identidade: o ofensor, ao conseguir os dados pessoais, entra nas contas das vítimas e as utilizam sem o consentimento das mesmas, criando perfis falsos para se aproximar dos amigos e familiares, além de conseguir informações confidencias, ou seja, acontece de maneira silenciosa. 

Votação nas redes sociais: existem várias ferramentas nas redes sociais que possibilita criar votações, onde o agressor pode criar uma enquete, para escolher “o mais feio da escola”;

Criação de perfis falsos: o sujeito cria um perfil falso na internet sobre a vítima, colocando informações maldosas ou divulgando dados privados como o endereço e telefone;

Comentários em perfis pessoais: Os agressores se aproveitam publicando comentários lesivos para humilhar a vítima;

Envio de imagens: podem ser verdadeiras ou manipuladas que se espalham por várias pessoas pelo celular, causando um enorme constrangimento à vítima. 

 

ciberbullying: perigos digitais

Compreendendo o impacto do cyberbullying nas crianças

O cyberbullying pode ter um impacto profundo na vida das crianças e adolescentes. As vítimas podem experimentar uma série de emoções negativas, como medo, raiva, tristeza e vergonha. 

De modo que a constante exposição a mensagens e comentários negativos pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Além disso, o cyberbullying pode afetar o desempenho escolar, levando a dificuldades de concentração e desinteresse pela escola. 

A baixa autoestima é outra consequência comum do cyberbullying, já que as vítimas se sentem constantemente humilhadas e menosprezadas.

Portanto, é fundamental que os pais estejam atentos aos sinais de que seus filhos estão sofrendo cyberbullying e ofereçam o suporte necessário para lidar com essa situação bastante delicada e que exige de nós muito cuidado e empatia. 

Sinais e sintomas de cyberbullying

"O ciberbullying é uma forma de violência e deve ser tratado como tal. É importante que as vítimas saibam que não estão sozinhas e que há ajuda disponível." - Dr. David Elkind, psicólogo infantil e autor de "The Hurried Child" 

Identificar se uma criança está sofrendo cyberbullying pode ser desafiador, pois muitas vezes elas podem não falar abertamente sobre o assunto. Porém, existem alguns sinais e sintomas que podem indicar que algo está errado. 

Segundo especialistas em psicologia infantil, mudanças repentinas de comportamento, como isolamento social, irritabilidade, dificuldade de sono e falta de apetite, podem ser indicadores de que a criança está passando por uma situação de cyberbullying.

Assim como também, se a criança demonstrar medo ou ansiedade em relação ao uso de dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores, pode ser um sinal de que ela está sendo vítima de bullying online.

De qualquer modo, procure manter o diálogo aberto com os filhos e incentivá-los a compartilhar qualquer problema ou preocupação que possam ter.

 

ciberbullying

O papel dos pais na prevenção e combate ao cyberbullying 

"O ciberbullying é um problema crescente e precisamos fazer mais para combatê-lo. As escolas, as famílias e os governos precisam trabalhar juntos para criar um ambiente online mais seguro para crianças e jovens." - Dr. Dan Olweus, psicólogo e autor de "Bullying at School: What We Know and What We Can Do"

Os pais desempenham um papel fundamental na prevenção e combate ao cyberbullying.  De modo que é essencial que os pais estejam cientes das atividades online de seus filhos, monitorem seu uso da internet e estabeleçam regras claras sobre o comportamento online aceitável. 

Além disso, é importante educá-los sobre os riscos do cyberbullying e ensiná-los a agir de forma segura e responsável online: acima de tudo, denunciando e buscando apoio de um adulto de confiança; 

É fundamental também que os pais se envolvam com a escola e as autoridades, se necessário, para garantir que o cyberbullying seja tratado adequadamente e não apenas como uma "brincadeira de criança".  

Como ajudar uma criança que está passando por um caso de cyberbullying? 

Oriente a criança a agir conforte as instruções que reunimos abaixo: 

1. Não responda ao intimidador. Isso só vai piorar a situação.

2. Salve as mensagens de texto, e-mails ou postagens nas redes sociais que o intimidador enviou. Isso pode ser usado como evidências se você precisar denunciá-lo.

3. Bloqueie o intimidador. Se você está sendo intimidado nas redes sociais, você pode bloquear o intimidador para que ele não possa mais entrar em contato com você.

4. Desative suas contas de mídia social. Se você está se sentindo sobrecarregado pelo cyberbullying, você pode desativar suas contas de mídia social por um tempo. Isso pode dar a você uma pausa do intimidador e ajudá-lo a se recuperar.

5. Lembre-a de que ela não está sozinha e ofereça todo o apoio necessário, seja você pai, educador ou um adulto de confiança. 

ciber bullying

O cyberbullying na Lei : O que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)? 

O ECA define o cyberbullying como "qualquer forma de intimidação, ameaça ou agressão física ou verbal, por meios eletrônicos ou digitais, que cause dano, humilhação ou constrangimento a uma criança ou adolescente." e traz suas consquências: 

As consequências legais do cyberbullying no Brasil podem incluir:

  • Punição criminal: O cyberbullying pode ser considerado uma ofensa criminal e o perpetrador pode ser condenado a prisão ou multa.
  • Punição civil: A vítima de cyberbullying pode processar o perpetrador por danos morais e materiais.
  • Punição escolar: O cyberbullying pode levar à expulsão ou suspensão do perpetrador da escola.
  • Punição profissional: O cyberbullying pode levar à demissão ou suspensão do perpetrador do trabalho.

É importante observar que as consequências legais do cyberbullying podem variar dependendo da gravidade do incidente e da idade do perpetrador. No entanto, em geral, o cyberbullying é um crime sério que pode ter consequências graves para o perpetrador (quem comete). 

Recursos para apoio em casos de cyberbullying

Além das orietações que demos acima, aqui estão sites que são completamente comprometidos com a causa antibullying e podem ser de grande ajuda: 

  • SaferNet Brasil é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para combater a violência online, incluindo o cyberbullying. Eles fornecem informações e recursos sobre o cyberbullying, bem como uma linha direta 24 horas por dia, 7 dias por semana, para vítimas de cyberbullying.

 

  • Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD) é um órgão do governo brasileiro que trabalha para combater a discriminação em todas as suas formas, incluindo o cyberbullying. Eles fornecem informações e recursos sobre o cyberbullying, bem como uma linha direta 24 horas por dia, 7 dias por semana, para vítimas de cyberbullying.
  • Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) é um órgão do governo brasileiro que trabalha para promover os direitos das mulheres, famílias e pessoas com deficiência. Eles fornecem informações e recursos sobre o cyberbullying, bem como uma linha direta 24 horas por dia, 7 dias por semana, para vítimas de cyberbullying.

 

Concluindo

O cyberbullying é uma séria ameaça que se esconde por trás das telas e teclados, afetando crianças e adolescentes em todo o mundo. Com a crescente presença das mídias sociais e da comunicação online, os pais têm o dever de proteger seus filhos e educá-los sobre os riscos associados ao uso da internet, pois suas consequências podem ser devastadoras, levando a traumas emocionais de longo prazo, diminuição da autoestima e, em casos extremos, até mesmo ao suicídio.

Assim é importante estar atento aos sinais de que uma criança está sendo vítima de cyberbullying, como mudanças repentinas de comportamento, isolamento social e ansiedade em relação ao uso de dispositivos eletrônicos. 

Aqui no Brasil enfrentamos um problema sério em relação ao cyberbullying, sendo o segundo país com mais casos no mundo. Pesquisas mostram que as redes sociais são as principais plataformas onde ocorrem as agressões virtuais. Portanto, torna-se urgente que sejam tomadas medidas efetivas para combater esse problema e criar um ambiente online mais seguro para as crianças e jovens.

Para ajudar as vítimas de cyberbullying, oferecer apoio e incentivar a denúncia do comportamento agressor é essencial. Além disso, é fundamental que as leis e políticas sejam reforçadas para punir adequadamente os perpetradores e prevenir futuras ocorrências.

Por fim, recursos e organizações que se dedicam à causa antibullying podem fornecer apoio e orientação para aqueles que enfrentam essa situação.

É necessário trabalhar em conjunto, unindo esforços entre pais, educadores, escolas e governos para garantir um ambiente online mais seguro e positivo para nossas crianças e adolescentes.

Juntos, podemos combater o cyberbullying e promover uma cultura de respeito, empatia e gentileza no mundo digital. 

 

*Pesquisa de Sales, Oliveira e Junior: Ciberbullying entre Jovens e Adolescentes no Ambiente Escolar 

Esta matéria tem caráter informativo, com o objetivo de disseminar conhecimento sobre a importância do bem-estar infantil. Ajude-nos a compartilhá-lo para que mais pessoas se conscientizem, clicando no botão abaixo! 

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