A Mpox, anteriormente conhecida como varíola do macaco, é uma infecção viral que tem chamado a atenção global devido ao aumento de casos em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Com a recente declaração de surtos e a crescente preocupação sobre a disseminação do vírus, especialmente entre populações vulneráveis, como crianças, é fundamental entender melhor essa doença.
Você sabe o que é a Mpox?
A Mpox é causada pelo vírus da varíola do macaco (Monkeypox virus), um membro da família Poxviridae, que inclui também o vírus da varíola humana.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1958 em macacos utilizados para pesquisa, mas a infecção é mais comumente associada a roedores, como esquilos e porquinhos-da-índia, que são considerados os reservatórios naturais do vírus.
Embora a Mpox seja semelhante à varíola humana, que foi erradicada em 1980, a doença causada pelo vírus da varíola do macaco tende a ser menos grave, mas pode ainda causar complicações sérias, especialmente em crianças e indivíduos imunocomprometidos.
Epidemiologia e aumento de casos
Nos últimos anos, especialmente a partir de 2022, a Mpox tem registrado um aumento significativo de casos fora das áreas endêmicas tradicionais, como a África Central e Ocidental.
Esse surto global levantou preocupações sobre a capacidade do vírus de se espalhar em populações que não estavam anteriormente expostas. As razões para esse aumento incluem:
- Mudanças na mobilidade global: O aumento das viagens internacionais facilita a disseminação do vírus entre diferentes regiões.
- Mudanças comportamentais: A interação social, especialmente em eventos públicos, pode aumentar o risco de transmissão.
- Fatores ambientais: A destruição de habitats naturais pode forçar roedores e outros animais a se aproximarem de áreas urbanas, aumentando o risco de transmissão zoonótica.
Modos de transmissão
A Mpox pode ser transmitida de várias maneiras, o que a torna uma preocupação significativa para a saúde pública:
-
Contato direto: A infecção ocorre principalmente através do contato direto com fluidos corporais, lesões de pele ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Isso inclui o contato com lesões cutâneas ou feridas.
-
Contágio indireto: O vírus pode ser transmitido por meio de objetos contaminados, como roupas ou lençóis que foram utilizados por uma pessoa infectada.
-
Transmissão animal: A infecção pode ser adquirida através do contato com animais infectados, principalmente roedores, que são considerados os reservatórios naturais do vírus.
-
Transmissão sexual: Embora a Mpox não seja classificada como uma infecção sexualmente transmissível, pode ser transmitida durante relações sexuais, especialmente se houver contato com lesões ou fluidos corporais.
Sintomas da Mpox
Os sintomas da Mpox geralmente aparecem de 5 a 21 dias após a exposição ao vírus. Os principais sinais incluem:
- Febre: Um dos primeiros sinais da infecção, muitas vezes acompanhada de calafrios.
- Dor de cabeça: Comum em muitos casos, pode ser intensa.
- Dor muscular e cansaço: Sensação de fraqueza e dores no corpo.
- Linfadenopatia: Inchaço dos linfonodos, que pode ser um sinal distintivo da doença.
- Erupção cutânea: Após alguns dias, uma erupção cutânea característica pode aparecer, começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo. As lesões evoluem de manchas vermelhas para bolhas e, eventualmente, crostas.
Riscos da Mpox para crianças
As crianças podem ser particularmente vulneráveis à Mpox, e a infecção pode apresentar riscos adicionais para esse grupo etário. Alguns fatores que aumentam a preocupação incluem:
-
Sistema imunológico em desenvolvimento: O sistema imunológico das crianças ainda está em desenvolvimento, o que pode torná-las mais suscetíveis a infecções e complicações.
-
Dificuldade em comunicar sintomas: Crianças pequenas podem ter dificuldade em expressar o que estão sentindo, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.
-
Complicações potenciais: Embora a maioria dos casos de Mpox em crianças seja leve, existem riscos de complicações sérias, como infecções secundárias e desidratação, especialmente se a criança não receber cuidados adequados.
Diagnóstico
O diagnóstico da Mpox é realizado através da avaliação clínica dos sintomas e do histórico de exposição.
Testes laboratoriais, como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), podem ser realizados para confirmar a presença do vírus.
É importante que os profissionais de saúde estejam atentos a casos suspeitos, especialmente em regiões onde a doença não é endêmica.
Tratamento
Atualmente, não existe um tratamento específico aprovado para a Mpox, e a maioria dos casos é autolimitada. O manejo da doença envolve:
- Cuidados de suporte: Hidratação, controle da dor e manejo de sintomas.
- Isolamento: Para prevenir a transmissão do vírus, é fundamental que os pacientes infectados permaneçam em isolamento até que todas as lesões estejam cicatrizadas.
- Vacinação: A vacina contra a varíola (ACAM2000) tem mostrado eficácia na prevenção da Mpox e pode ser administrada em pessoas que tiveram exposição conhecida ao vírus.
Prevenção
A prevenção da Mpox envolve várias medidas:
-
Evitar contato com \nimais: Reduzir a exposição a roedores e outros animais que podem ser portadores do vírus, especialmente em áreas endêmicas.
-
Higiene pessoal: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar desinfetantes à base de álcool.
-
Evitar contato com pessoas infectadas: Manter distância de indivíduos que apresentem sintomas da Mpox ou que tenham sido diagnosticados com a doença.
-
Educação e conscientização: Informar a população sobre os modos de transmissão e sintomas da doença é essencial para controle de surtos.
Onde encontrar mais informações?
-
Ministério da Saúde do Brasil: O Ministério da Saúde tem disponibilizado informações atualizadas sobre a Mpox e suas diretrizes de manejo e prevenção. Acesse o site oficial para mais detalhes.
-
Organização Mundial da Saúde (OMS): A OMS fornece orientações sobre a Mpox, incluindo informações sobre surtos, prevenção e controle. O site da OMS é uma fonte confiável para dados globais.
-
Sociedade Brasileira de Infectologia: A SBI tem publicado recomendações e artigos sobre o manejo de doenças infecciosas, incluindo a Mpox.
Leia também:
A coqueluche está de volta? Saiba tudo sobre essa perigosa doença